30/07/2014
“Recebi notícias por meio do Padre Mario Cornioli. Estou contigo, com as irmãs e toda a comunidade católica”. Assim começa a mensagem pessoal que o Papa Francisco enviou ontem à tarde ao pároco de Gaza, Jorge Hernández (missionário argentino do Instituto do Verbo Encarnado) e para sua comunidade.
“Acompanho-lhe com minha oração e proximidade. Que Jesus os abençoe e a Virgem Santa os guarde. Um abraço. Fraternalmente, Francisco”. Poucas palavras essenciais, mas que se revelam intensas e contundentes após a ofensiva militar terrestre que o exército israelense iniciou, durante a noite, na Faixa de Gaza.
A reportagem é de Gianni Valente, publicada por Vatican Insider, 18-07-2014. A tradução é do Cepat.
Ontem, o Papa havia sido informado sobre a condição angustiante em que vivem os cerca de 200 católicos em Gaza e que compartilham com todos os habitantes da região. Na quarta-feira à tarde, três mísseis destruíram uma casa em frente à Paróquia da Sagrada Família, para onde se mudaram, desde que começaram as operações militares israelenses, as freiras de Madre Teresa, com suas 28 crianças deficientes e nove idosas de quem se ocupam.
Em Gaza, não há refúgios e não soa a sirene de alarme antes de chegarem as bombas, razão pela qual o padre Jorge decidiu mandar as crianças para suas casas, apesar do fato das mesmas poderem se tornar, a qualquer momento, suas tumbas. “Todas as crianças estão aterrorizadas e choram quase todos os dias. Não ouso pensar, se este pranto chega aos ouvidos de Deus, o que poderia acontecer”.
Muitos cristãos consideram que a nova onda de violência e morte deve ser interpretada segundo as palavras e os gestos que o sucessor de Pedro espalhou abundantemente como sementes de paz na Terra Santa, por ocasião de sua recente viagem a Jordânia, Palestina e Israel. “A visita do Papa Francisco – aponta Mario Cornioli – sacudiu novamente o ‘status quo’ de um conflito cultivado há anos e tratado sem o desejo de resolvê-lo”.