13/08/2014
Famílias– A centralidade da educação para a dignidade da pessoa, para a promoção da família, para a vida saudável da sociedade, é documentada pelo último detalhe do artigo 5, que interpela todo ator social, ao defender o “direito” da família ao exercício da própria responsabilidade na educação.
Mas a família pode pretender este direito somente se foi capacitada e está disposta a educar os próprios filhos com tenacidade, coerência e fidelidade. Só pais verdadeiramente empenhados no desafio de educar os próprios filhos poderão exigir os direitos ligados a este seu compromisso. Talvez esteja aqui uma das maiores fragilidades do tecido familiar, hoje: o risco da abdicação da educação por pais que abandonam os próprios filhos a uma falsa liberdade.
Igreja– A comunidade eclesial desenvolve um precioso e insubstituível
trabalho educativo para com os mais pequenos; o verdadeiro desafio é, sim, fazer que este serviço seja não um suplemento ou uma substituição dos pais, mas uma verdadeira aliança, que os coloque no jogo, acompanhandoos e sustentando-os, também nas suas estruturas de educação e formação.
Sociedade– A sociedade individualista e consumista pós-moderna
prefere famílias com relações frágeis, sem consistência, em que cada
indivíduo seja exposto diretamente, e “na solidão”, a estímulos, pressões, propostas de valor e “conselhos para as compras”, sem filtros ou mediações educativos. No entanto, o dever da sociedade é de não invadir a esfera familiar com modelos de consumo e com estilos de vida que tornam sempre mais difícil e conflitante a responsabilidade dos pais em relação à educação.
Política– A educação tem sido sempre terreno de confronto/colisão
no âmbito político, dada a grande capacidade de condicionamento e
orientação valorativa e comportamental sobre as novas gerações. O dever da política é garantir oportunidades de formação e educação para todos, mas também construir sistemas em que os pais sejam parceiros e cotitulares dos projetos educativos. Por isso, não se deve expropriar os pais das suas responsabilidades e titularidades educativas; em caso contrário, a oferta de formação não garantiria uma sociedade plural e livre, mas construiria uma invencível “máquina do consenso”. Mais esteja a família nos sistemas de formação, maior a garantia de mais liberdade na vida pública. É, pois, particularmente importante o desenvolvimento de uma oferta de escola plural, na qual a oferta de formação estatal e a não estatal garantem a todos
os cidadãos o direito à livre educação em um único sistema público.
Fonte: http://www.cnpf.org.br/
PASCOM - Diocese de Miracema do Tocantins
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