18/06/2014
Quando o povo da antiga aliança atravessou o deserto, rumo à terra prometida, Deus fez cair do céu o maná, para que não morresse de fome. Com sua vida, morte e ressurreição Jesus Cristo suscitou o Povo da nova aliança.
Neste novo Povo Deus derrama o Espírito Santo e o alimenta com o verdadeiro pão do céu: a Eucaristia.
Na festa do Corpo e do Sangue de Cristo, costuma-se prolongar a ação de graças da Celebração Eucarística em espaço público, em forma de procissão. É a manifestação pública da fé na Eucaristia. É o reconhecimento do que Jesus Cristo fez por nós, doando a si mesmo ao Pai pela nossa salvação e entregando-se a nós como ceia mística: “Tomando um pão, deu graças, o partiu e o deu dizendo: Isto é o meu corpo, que é entregue por vós. Igualmente tomou a taça depois de cear e disse: Esta é a taça da nova aliança, selada com meu sangue, que é derramado por vós” (Lc 22, 19-20).
A procissão é um ato comunitário. É a comunidade de fé que se põe a caminho, para louvar, bendizer e adorar a Cristo na Eucaristia. Não é uma caminhada de luto, silenciosa, mas um povo a caminho, exultante, que derrama seu coração em público. É também ocasião para súplicas e pedidos de perdão, pois somos um povo frágil e carente.
Ao celebrar a doação de Cristo, recordamos do que Ele disse: “Eu vos dei o exemplo, para que façais o que eu fiz” (Jo 13, 15). Por isso, a festa de “Corpus Christi” é convite para gestos de amor, de busca da superação de ódios e de conflitos de poder.
Ao natural, o povo alimentado pela Eucaristia anseia pela unidade em Cristo e pela solidariedade e a paz.
A procissão eucarística é como que a inserção da Missa na vida do povo. A Missa termina como fermento na sociedade, como compromisso dos adoradores de Cristo pela transformação do mundo segundo o Evangelho: “Eu vos dou um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei” (Jo 13, 34).
A Eucaristia é grande ação de graças. E a procissão, além de prolongamento da ação de graças, é também compromisso de transformação do mundo, segundo o Evangelho de Cristo.
Dom Aloísio Sinésio Bohn
Fonte: CNBB